Esse porto seguro é tanto físico quanto mental, ele tanto pode ser o lugar para escape, aqui visto como a casa, como o refúgio mental, os pensamentos ordenados, que cada um utiliza para descansar. Ali nesse porto seguro, muitos sujeitos se nutrem, se fortalecem, mas também se escondem. Deve haver sempre o cuidado quanto ao tempo que fica ali! É um campo de ideias restrito dentro da psique. Então se parece com um lar, uma casa bem construída que te leva sempre ao conforto e, em boa parte, a pensamentos positivos.

De novo sobre os sacrifícios. Quem também nunca ouviu isso de alguém, “eu faço esse sacrifício pelos meus filhos, minha família”, ou quem sabe “minha família depende de mim, não posso largar o emprego”. Talvez seja questão de apenas, trocar de serviço, empresa, tudo menos o que não te faça bem. Você não tem que se sacrificar e se perder nesse meio tempo! Viram a diferença quando uma frase é construída de outra maneira? Ela se reflete também de outra forma.
Agora, e se há um desequilíbrio? E se tem o embate entre a família, representando o amor primário, incondicional, ideal de reconhecimento, e o mundo lá fora, representando o descrédito, recompensas escusas do contexto capitalista, que por vezes assombra o indivíduo com as eminentes ameaças de substituição, quer dizer, o fantasma do desemprego, por exemplo? E se essa dualidade te assombra? Esse tipo de confronto gera muita ansiedade. A comparação passa por aí, contradizendo as pessoas entre si e afastando umas das outras. São tantos fatores que desestabilizam qualquer um, queremos ser sempre realistas!
A exaustão social do século XXI perpassa esses medos e receios quando se refere à estabilidade, à desorientação social, ela mexe com a relação que o indivíduo dá ao futuro, ao sustento familiar, são grandes causadores de decepções. É muito maior do que apenas as nomenclaturas. A exaustão social balança seu centro de apoio, seu papel na sociedade, seu rumo. Como lidar com as contradições da Vida e as do mercado de trabalho se elas parecem água e óleo? Em paralelo, no caso. Como assistir uma palavrinha chamada “exaustão” lapidando seu meio de convívio, minando a pessoa que você é? Água e óleo na melhor das hipóteses se transforma em margarina!
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Um viúvo que vive na floresta leva seus seis filhos para o mundo exterior pela primeira vez. Como agir na vida real, o que os livros não falam?
O indivíduo continuamente submetido ao Sistema, o indivíduo com baixa realização profissional, o dia a dia instável. Decepções, inseguranças, sentimentos de pequenez, a não presença de forma convicta na própria vida, na família que criou ou a que já tem. Esse descompasso faz a mente ir longe, ou se encher de pensamentos intrusivos, sem saber em qual direção ir. Na clínica psicoterapêutica, temos muitos casos de pacientes completamente perdidos em suas escolhas, uns dizendo “o que eu estou fazendo aqui?”, ou “eu quase mudei de emprego, mas não fiz. Agora nem tenho tempo nessa correria!” São avisos recorrentes, como as responsabilidades da casa, as contas que não param. Quantos desses pensamentos intrusivos não passam pela cabeça, sinais da não significância frente ao coletivo e sobre você mesmo, quantos você tem? Eles têm aumentado? Esse sentimento de irrelevância da exaustão social confunde os pacientes. Mas por quê? Porque não fazer a diferença é algo perigoso e que demanda a iniciativa! Porque para um futuro deve haver uma perspectiva. Ainda assim, não é interessante que essa perspectiva seja fincada em atos intempestivos, sobre a visão não-ideal do mundo que o cerca. Sua realidade psíquica e o seu meio precisam ser ideais, os melhores para você, caso contrário o desequilíbrio disso causa o adoecimento psíquico, e muitas vezes esse adoecimento psíquico atravessa a linha e cria as mais variadas doenças autoimunes no corpo. O psiquismo é bem criativo, vocês podem imaginar.
Te parece difícil? Imagina sem sua família, sem quem te ama, esse norte dos seus vínculos sejam eles quais forem. A família, todo esse aparato, cria vínculos que sobrepõem as maiores dificuldades, dá força e coragem a muitos. Foi assim através das gerações, sobreviveu até hoje e ainda é a base da existência humana. A família e os afetos tornam o Ser mais que pessoal, transformam o indivíduo em alguém pertencente aos sentimentos mais intensos! Com emoção é mais genuíno, é o lado Humano que prevalece. Que tal destravar isso? Explorar a emoção dos pacientes na clínica é uma das missões dos melhores psicoterapeutas.